09 maio 2010

News Release 2023 : Utentes contra falta de alternativa ao Intercidades de Évora até Lisboa


Faro [Portugal], 09.05.2010, Semana 19, domingo, 23:20

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.

Fonte: Diário de Notícias
Autor: Luís Maneta
Data: Hoje

Refer vai encerrar ligação entre Vendas Novas e Casa Branca amanhã.

Quando Álvaro Serras decidiu "mudar de vida", trocando o stress lisboeta pela pacatez alentejana, estava longe de imaginar que o regresso à capital ocorreria tão depressa. O problema é que a Refer anunciou a "suspensão da exploração ferroviária entre Vendas Novas e Casa Branca" a partir de amanhã e os transportes alternativos, através de autocarro, colocados à disposição dos utentes pela CP não obedecem aos mesmos horários nem seguem o mesmo trajecto.

"Não me resta alternativa se não voltar para Lisboa", diz Álvaro Serras. "O autocarro sai de Évora às 06.40, vai chegar à Estação do Oriente às 08.20 e eu trabalho em Sete Rios. Não é possível cumprir o horário de trabalho." Actualmente, o Intercidades chega à Estação do Oriente às 08.35. Mas, antes, já teve paragens em Pragal, Sete Rios e Entrecampos.

"Os horários não são compatíveis. Antes de começar a utilizar o comboio estafei dois carros com 300 mil quilómetros entre Évora e Lisboa. Agora vou ter de voltar ao mesmo", lamenta Paulo Santos, outro utilizador regular da Linha do Alentejo. José Luís Pereira, da Comissão de Utentes, fala também do caso de pessoas que trabalham no Pragal e "deixam de ter alternativa" em termos de transporte público. "Sentimos que estamos a ser tratados como cidadãos de terceira", apontam.

Segundo José Luís Pereira, "não passaria pela cabeça de ninguém encerrar a Linha do Norte". Pelo que, neste caso, "como sucedeu noutras situações idênticas, defendemos que deveria ser compatibilizada a realização das obras com a passagem pelo menos de dois comboios, um de manhã e outro à noite, para responder às necessidades de quem trabalha em Lisboa". "Nem sequer é um tráfego muito significativo."



Outra alternativa defendida pelos utentes, e subscrita pelas autarquias de Évora e de Vendas Novas, seria a criação de uma alternativa conjugando a utilização de autocarros e comboios, uma vez que as obras apenas irão abranger o troço de 37,4 quilómetros entre Évora e Bombel (a cerca de cinco quilómetros de Vendas Novas). Para a Comissão de Utentes, apenas seria necessário o recurso a autocarro entre Évora e Bombel, onde "nada impede a manutenção das ligações ferroviárias a Lisboa, dentro dos horários existentes".

"Não estamos contra as obras, mas não percebemos porque é que não foi encontrada a solução alternativa de transbordo em Bombel, que satisfazia os utentes", diz o vice-presidente da Câmara de Vendas Novas, António Serralha. Também Manuel Melgão, vereador na Câmara de Évora, considera que teria sido possível chegar a um "entendimento", confessando desconhecer os motivos porque não foram realizadas antes de o Intercidades ter entrado em funcionamento. A interrupção da circulação ferroviária na Linha do Alentejo está prevista começar às 00.00 de amanhã.

Créditos: Pela foto, agradecimento ao DN.


Paulo Almeida



News Release 2022 : Abaixo-assinado contra a privatização da CP


Faro [Portugal], 09.05.2010, Semana 19, domingo, 23:10

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.

Fonte: O Rio
Autor: Redacção
Data: Hoje

Abaixo-assinado contra a Privatização da CP

A Comissão de Utentes da Linha de Sintra, a Comissão de Utentes da Linha da Azambuja, a Comissão de Utentes da Linha de Cascais, a Comissão de Trabalhadores da CP e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário e os restantes utentes e trabalhadores abaixo-assinados,

a) Tendo tomado conhecimento da alteração dos estatutos da CP no sentido de passar a permitir a concessão/privatização das linhas suburbanas da CP,

b) Tendo tomado conhecimento da inclusão desta privatização no quadro do chamado "Programa de Estabilidade e Crescimento" que o Governo apresentou à Assembleia da República

c) Considerando esta medida profundamente lesiva do interesse nacional, desagregadora de uma política integrada de transportes e ameaçadora dos direitos de trabalhadores e utentes,

Vêm manifestar a sua total discordância com a privatização das linhas suburbanas da CP, e exigir que a Assembleia da República impeça a concretização desta medida e revogue as alterações nos Estatutos da CP que o permitem.

A avaliação das privatizações já realizadas no sistema de transportes da região de Lisboa (Rodoviárias de Passageiros e Fertágus) já demonstrou que as mesmas saem mais caras ao Estado e aos Utentes, com perdas significativas na qualidade do serviço prestado e traduziram-se numa crescente exploração dos seus trabalhadores. São exemplos disto, o facto de os preços na Fertágus serem quase o dobro dos da CP apesar de receber muito mais em indemnizações compensatórias que esta, o facto dos transportes rodoviários privatizados estarem hoje reduzidos face às necessidades reais das populações por critérios economicistas e o facto dos salários e direitos dos trabalhadores destas empresas privadas se terem degradado significativamente.

Mesmo para o correcto funcionamento do sistema de transportes da nossa região, e citando o Tribunal de Contas, "a perspectiva intermodal deve sobrepor-se à óptica do operador isolado, privilegiando a lógica da complementaridade modal à da concorrência".

Por isso, exigimos:
1. Que a Assembleia da República, de harmonia com o disposto nos artºs 17º e seguintes da Lei 43/90, de 10/08, na sua actual redacção, tome as necessárias medidas tendentes à apreciação desta petição, inclusive através do plenário.

2. Que consequentemente, a Assembleia da República accione todos os mecanismos ao seu dispor em ordem a impedir a concessão / privatização da Rede Ferroviária da CP.

A Comissão de Utentes da Linha de Sintra, a Comissão de Utentes da Linha da Azambuja, a Comissão de Utentes da Linha de Cascais, a Comissão de Trabalhadores da CP e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário.


Paulo Almeida



News Release 2021 : TGV Lisboa-Madrid vai demorar mais de 3 horas


Faro [Portugal], 09.05.2010, Semana 19, domingo, 22:41

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.

Fonte: Diário de Notícias
Autor: Redacção
Data: Hoje

Crise obriga linha de alta velocidade Lisboa-Madrid a parar fora da capital. A alternativa mais provável para trazer passageiros até Lisboa envolve a construção de uma rede convencional entre Poceirão e Setúbal, permitindo assim a ligação em comboio normal pela Ponte 25 de Abril.

A crise vai obrigar a linha de TGV Lisboa-Madrid a parar no Poceirão, freguesia da Marateca, concelho de Palmela. E os passageiros a seguirem para Lisboa num comboio expresso que passará pela ferrovia convencional porque a terceira travessia sobre o Tejo ficará em banho-maria. Isto apesar do concurso para o outro troço, que abrangia a terceira travessia sobre o Tejo, estar quase concluído e o relatório final do júri de apreciação das propostas já ter chegado às mãos do ministro das Obras Públicas, António Mendonça.

A hipótese alternativa agora em estudo é fazer uma ligação ferroviária, em linha convencional, entre Poceirão e Setúbal, para que os utentes do TGV Lisboa-Madrid possam depois seguir daquela cidade até à Avenida de Roma em Lisboa pela linha já existente que atravessa a Ponte 25 de Abril, apurou o DN junto de fontes ligadas ao projecto.

Uma solução provisória até que Portugal tenha dinheiro para construir o resto do projecto da Linha de Alta Velocidade integrando uma terceira ponte sobre o Tejo, cujo investimento rondaria, de acordo com as estimativas actuais, os 600 milhões de euros. Uma hipótese que o Ministério das Obras Públicas não comenta, apesar de o ministro António Mendonça já ter assumido ontem à noite, em entrevista à TVI, que a solução poderia passar pela 25 de Abril. A alternativa transitória não só fará derrapar os prazos de conclusão da obra para além de 2013, como implicará mais algum tempo de viagem para os futuros passageiros. A viagem Lisboa-Madrid passará a demorar pouco mais de três horas, segundo as estimativas de quem está a analisar esta solução, enquanto pelo projecto inicial demoraria 2 horas e 45 minutos.

Além disso, poderá obrigar o Estado a pagar indemnizações aos consórcios apurados para a fase final do concurso para o troço de TGV, que agora ficará à espera de melhores dias para ser construído. Precisamente a parte da obra em que os fundos comunitários seriam mais reduzidos, obrigando a maior financiamento junto da banca.

Já o contrato para a adjudicação da obra do troço de TGV Poceirão Caia, ou seja, da linha que chega à fronteira espanhola, foi assinado ontem, numa cerimónia que contou com a presença do ministro das Obras Públicas e onde o governante reafirmou o que José Sócrates já tinha dito sexta -feira ao final da noite em Bruxelas, ou seja, que era necessário adiar grandes investimentos públicos, como as obras do futuro aeroporto e a terceira travessia do Tejo.

O Chefe do Governo, que falou no final de uma cimeira de líderes da Zona Euro, disse que o compromisso assumido em Bruxelas naquele dia de reduzir o défice este ano para 7,3 por cento, em vez dos 8,3 previstos no Programa de Estabilidade e Crescimento, implicaria novas medidas, e uma delas seria aquela.

Tudo em vésperas de ser assinado o contrato para adjudicação do primeiro troço de TGV e ainda a tempo de evitar o impacto do resultado de uma reunião entre o Presidente da República, Cavaco Silva, com ex-ministro das Finanças, marcada para segunda-feira.

Quanto ao novo aeroporto, uma das hipóteses que está a ser estudada, tal como o DN avançou na sua edição de ontem, é a de construí-lo, mas com uma capacidade mais reduzida do que a prevista de 22 milhões de passageiros. Mas tudo dependerá de uma decisão de adjudicar a obra com ou sem privatização da ANA.


Paulo Almeida



News Release 2020 : Nova Administração da MM para o triénio 2010/2012


Faro [Portugal], 09.05.2010, Semana 19, domingo, 22:36

Segundo informa a MM Metro Mondego, a Assembleia Geral da sociedade, que decorreu no dia 04 de Maio, pelas 10:30, escolheu os novos órgãos sociais da MM Metro Mondego. As alterações relativamente ao mandato anterior consistem na substituição do administrador executivo João Casaleiro por João Rebelo (ex vice-presidente da CMC) e na entrada de António Simões para administrador não executivo, substituindo assim Nuno Moita da Costa. O Fiscal Único foi também substituído.

A composição é a seguinte:

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL:

Presidente: Dr. Carlos Manuel de Sousa Encarnação
Vice-Presidente: Dr.Fernando dos Santos Carvalho
Secretário: Dra. Sónia Serrano Pujalras

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO:

Presidente: Professor Doutor Álvaro Jorge da Maia Seco
Vogal (Executivo): Mestre Carlos Francisco da Cunha Picado
Vogal (Executivo): Eng. João José Nogueira Gomes Rebelo

Vogal: Mestre Abílio Vassalo Abreu
Vogal: Eng. António Manuel Fernandes Simões
Vogal: Eng. Carlos Jorge Rodrigues Vale Ferreira
Vogal: Eng. Manuel Parola Gonçalves

FISCAL ÚNICO:

ROC efectivo: Rosa Lopes, Gonçalves Mendes & Associados (SROC nº 116) representada pelo Dr. José de Jesus Gonçalves Mendes
ROC suplente: Dr. João Manuel Rosa Lopes

COMISSÃO DE FIXAÇÂO DE VENCIMENTOS:

Presidente: Dra. Rita Maria Pereira da Silva
Membro: Dra. Sara Alexandre Ribeiro Pereira Simões Duarte Ambrósio
Membro: Dra. Maria João Castelo Branco.


Luís Moreira


News Release 2019 : Entrar no comboio sem esperar que pare


Faro [Portugal], 09.05.2010, Semana 19, domingo, 22:20

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.

Fonte: TV Net
Autor: Redacção
Data: Anteontem

Da China chega uma ideia original para poupar tempo nas ligações em alta velocidade. Para evitar as grandes paragens dos comboios nas estações, foi desenhado um sistema que permite aos passageiros entrar no comboio sem que este tenha que fazer qualquer paragem.

Ver aqui o vídeo.


Paulo Almeida



News Release 2018 : Fernando Graça revoltado com menor número de paragens de comboios em Chão de Maçãs


Faro [Portugal], 09.05.2010, Semana 19, domingo, 22:04

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.

Fonte: Rádio Hertz
Autor: Redacção
Data: 5 de Maio

Fernando Graça, presidente da Junta de Freguesia da Sabacheira, está preocupado com o menor número de comboios que param na estação de Fátima-Chão de Maçãs. Fernando Graça, que esteve no «um hora com» da Hertz, não entende que esta situação possa suceder depois do investimento que foi feito:

«Enquanto a estação não estava recuperada, os comboios paravam em Fátima. Mas, depois, houve um malabarismo político, ou seja, os comboios paravam na estação em Fátima e também em Caxarias, o que também irá acontecer nos dias 11, 12 e 13 deste mês. Mas porque é que isto acontece se Caxarias nunca teve nada a ver com Fátima?! A ideia é que os comboios voltem a parar em Fátima quando for concluído o IC9. Pelo menos é isto que os senhores da CP afirmam. Mas eu não acredito. Caxarias tudo tem feito para que os comboios deixem de parar em Fátima, onde só param os da Beira Alta». Fernando Graça quis deixar bem clara a sua ideia, lamentando que a política esteja a minar todo este processo e até recupera outros tempos para falar de manifestações em plena estação: «De ano para ano, este processo tem sido minado. Quando se assiste a estes malabarismos, nem sei que fazer... Se calhar, o povo junta-se e vai para a linha e não deixar passar os comboios. O que pode fazer um presidente de Junta? Falo, falo, falo, mas ninguém dá ouvidos!».


Paulo Almeida



News Release 2017 : Interpretar as palavras e os actos


Faro [Portugal], 09.05.2010, Semana 19, domingo, 21:51

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.

Fonte: i
Autor: Manuel Queiroz
Data: Ontem

O Presidente da República (PR) afirmou ontem que foi mal interpretado por algumas pessoas quando disse, na sexta-feira da semana passada, que os grandes investimentos deviam ser todos reponderados.

É grave quando o PR não se faz entender pelo país - ou por uma parte dele suficientemente larga que o obriga a explicar-se -, e mais grave ainda quando isso acontece em temas importantes. Ora, são as grandes obras públicas que estão hoje a ser discutidas por toda a gente, a ponto de até um socialista como Vítor Constâncio, ainda governador do Banco de Portugal, pedir a sua reponderação. Constâncio também não terá compreendido bem o que dissera Cavaco? Ou guiou-se por Trichet, o presidente do Banco Central Europeu, que também disse em Lisboa que Portugal tem de cortar no défice.

A questão em causa é simples: é que convém haver um consenso alargado mínimo sobre estes grandes investimentos e a sua oportunidade. E o Presidente da República deve ter isso em conta em tudo o que diz ou faz.

Já o primeiro-ministro repetiu ontem que a dívida pública portuguesa está abaixo da média europeia, com isso defendendo que há mesmo um ataque especulativo e sem qualquer sentido - "quase criminoso" chamou-lhe esta semana a ministra francesa Christine Lagarde. Mas a verdade é que hoje toda a gente fala é da dívida do país (pública mais privada), e sobretudo dívida ao estrangeiro, e, mal ou bem, são esses números que os mercados avaliam hoje.

Mas o governo não pode deixar de procurar dar alguns estímulos à economia. Portugal não é a Grécia, repetem todos, e mesmo assim os gregos continuam a ter um contrato de compra de submarinos.

E se percebo mal que se tenha adiado a linha que é obviamente central em termos ferroviários (Lisboa-Porto) e que todos os técnicos entendem que está saturadíssima, percebo também que esse projecto do TGV Lisboa-Madrid tenha algum empurrão. Hoje assina-se o contrato relativo ao troço Poceirão-Caia e veremos como os mercados reagem - não hoje (eles folgam ao sábado e domingo, aparentemente) mas a partir da próxima semana.

O governo está na posição do preso por ter cão e preso por não ter: se faz, os mercados não gostam; se não faz, os ténues sinais de melhoria desaparecem e volta-se outra vez à recessão e além disso também se dá sinais aos mercados de que afinal estamos mesmo muito frágeis. O caminho é muito estreito nestes tempos em que se duvida de tudo. E por cada Prémio Nobel que defende cortes, há outro que defende o exacto contrário.

Em Portugal, hoje é a direita que quer cortar e a esquerda que acha que se deve gastar e, mais ainda, que deve ser o Estado a gastar.

Ou seja, no fim do dia voltamos à política e às decisões que têm de ser tomadas, mesmo que neste momento particular tudo tenha de ser analisado pelo que é e pelo que pode parecer (incluindo as palavras do PR).


Paulo Almeida



News Release 2016 : Superação dos problemas decorrentes das obras da linha férrea Barreiro - Praias do Sado


Faro [Portugal], 09.05.2010, Semana 19, domingo, 21:51

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.

Fonte: Rostos On-Line
Autor: Redacção
Data: Anteontem

Câmara Municipal da Moita

Carta aberta ao Secretário de Estado dos Transportes

«A história recente da intervenção da empresa REFER, no concelho da Moita, relacionada com a modernização e reconversão da linha férrea Barreiro-Praias do Sado não foi pacífica, teve diversas atribulações e, apesar de ter sido acompanhada a par e passo pela Câmara Municipal da Moita e respectivos departamentos, bem como pelas Juntas de Freguesia, apresenta ainda hoje diversas insuficiências e incumprimentos por parte da REFER, resultando dessas anomalias um quadro de evidentes dificuldades em diversas áreas que, muito justamente, têm merecido inúmeras insatisfações e protestos por parte da população do nosso concelho.» - refere a Câmara Municipal da Moita em CARTA ABERTA dirigida ao Secretário de Estado dos Transportes.

Carta aberta ao Secretário de Estado dos Transportes

Com conhecimento ao Presidente do Conselho de Administração da REFER e aos Munícipes do concelho da Moita

Sempre tivemos como princípio a prestação de contas aos munícipes relativamente ao desenvolvimento das actividades municipais; é um exercício elementar da vida democrática e insere-se no respeito pelo cumprimento dos programas e na mais elementar consideração que nos merecem os cidadãos do nosso concelho.

A história recente da intervenção da empresa REFER, no concelho da Moita, relacionada com a modernização e reconversão da linha férrea Barreiro-Praias do Sado não foi pacífica, teve diversas atribulações e, apesar de ter sido acompanhada a par e passo pela Câmara Municipal da Moita e respectivos departamentos, bem como pelas Juntas de Freguesia, apresenta ainda hoje diversas insuficiências e incumprimentos por parte da REFER, resultando dessas anomalias um quadro de evidentes dificuldades em diversas áreas que, muito justamente, têm merecido inúmeras insatisfações e protestos por parte da população do nosso concelho.

Desde logo, aquando das demolições das estações da Moita e Alhos Vedros, teve a REFER comportamentos pouco democráticos e de cariz autoritário, não respondendo à disponibilidade da Câmara Municipal para participar num diálogo construtivo, com vista a encontrar soluções que permitissem conservar aqueles dois edifícios e dar-lhes uma nova e adequada utilização ao serviço da comunidade.

A REFER pouca consideração teve pela cedência dos terrenos do antigo mercado municipal e das oficinas pela Câmara Municipal para a edificação da estação e teve igualmente um comportamento pouco ético relativamente ao cumprimento dos prazos de obra (com prejuízos para as populações), à alteração de projectos, sem que fosse dado conhecimento à Câmara Municipal (o caso dos espaços exteriores ao apeadeiro do Penteado é flagrante e deixa diversos problemas de difícil reequacionamento), à ausência de cabal esclarecimento às populações e, principalmente, no desrespeito profundo pelos compromissos relacionados com as actas das reuniões referentes às obras e elaboradas com a natural participação da empresa, da Câmara Municipal e dos seus técnicos.

Estão enumeradas e foram apresentadas à REFER quarenta e nove matérias que, de acordo com as actas referidas e elaboradas colectivamente, ficaram a aguardar uma intervenção final para a eliminação dos problemas que dizem respeito a uma enorme variedade de situações nomeadamente a: passagens inferiores e superiores, elevadores, vedações, repavimentações, drenagens pluviais, estacionamentos, colectores, caixas de esgoto e escoamentos, sinalizações, derrube de árvores e respectivas caldeiras, etc.

Face a estas situações concretas, a REFER, mais uma vez, foge às suas responsabilidades, acedendo a cinco das 49 matérias e informando que, somente em relação a duas irá “verificar” a situação. Os grandes problemas ficam sem resposta concreta – seria isso que as populações e o Município mereciam – e, habilidosa e evasivamente, com sentido altamente desresponsabilizador, incoerente, distanciado e contraditório do subscrito em reunião conjunta, a REFER coloca-se numa incompreensível e injustificada posição de retrocesso.

Por um lado, aquela empresa, desautorizando os seus representantes, apresenta justificações contrárias às que eles acordaram nas reuniões conjuntas, que constam das actas e, por outro lado, afirma, pretensiosamente, que a recepção da empreitada já teria sido feita ou que as matérias em referência não constam do contrato de empreitada.

Sejamos claros:

O contrato de empreitada tem como intervenientes a REFER e os vários subempreiteiros; a recepção a que se refere esta empresa, e que só a eles diz respeito, situa-se no âmbito do regime jurídico das empreitadas de obras públicas. Portanto, as inúmeras e gravosas anomalias detectadas nas intervenções efectuadas em Domínio Público Municipal são da responsabilidade da REFER e, à luz do direito e da responsabilidade empresarial, exige-se a respectiva eliminação.

A Câmara Municipal da Moita, defensora dos interesses do concelho e das suas populações, em todas e em cada uma das fases desta obra, assumiu sempre as suas responsabilidades, acompanhou o processo, ouviu as populações, desencadeou o diálogo como forma de resolver as situações contenciosas, expôs e solicitou da REFER o cabal cumprimento das suas responsabilidades, enquanto entidade única e responsável pelas obras de modernização e reconversão da linha férrea Barreiro-Praias do Sado.

Não tendo esgotados todas as suas formas de intervenção e exigência, vem, através desta Carta Aberta e com total limpidez de processos e elevado sentido de responsabilidade, deixar claro que considera totalmente irresponsável o comportamento da REFER em todo este processo; que não sente qualquer responsabilidade pelas obras inacabadas e pelo desprezo a que a REFER votou a população do concelho; que cumpriu as suas funções e fez todos esforços na tentativa de que não fossem causados quaisquer prejuízos às populações.

É com a mais elevada consideração pela verdade dos factos e a democrática necessidade de prestar contas à população que apresentamos esta Carta Aberta. Fazemo-lo depois de uma apreciação profunda a este processo e com a ideia de que, a nosso ver, se torna insuportável que a população continue a ser o destinatário dos erros de processo e das anormalidades e negligências verificadas.

Apesar de não termos quaisquer responsabilidades, e pelas situações criadas, queremos apresentar à população as nossas desculpas.

Temos esperança de que a REFER possa ainda reflectir e daí possa resultar o cumprimento cabal das suas obrigações e permitimo-nos solicitar ao Sr. Secretário de Estado uma intervenção que, defendendo o bom nome do Estado e a lisura de processos que é apanágio da democracia, possa contribuir para a superação dos problemas que, decorrentes das obras de modernização e reconversão da linha férrea Barreiro-Praias do Sado, têm, indevida e desrespeitadoramente, afectado as populações do concelho da Moita.

Continuando a dirigir todas as responsabilidades, desde logo as financeiras, à empresa REFER, queremos anunciar que iremos iniciar um processo gradual de eliminação de diversos problemas, começando por repor o calcetamento da passagem pedonal inferior do túnel na Baixa da Banheira.

A Câmara Municipal da Moita

Moita, 7 de Maio de 2010


Paulo Almeida



News Release 2015 : TGV: "Há um conjunto de vantagens para fazer já" o eixo Lisboa/Porto


Faro [Portugal], 09.05.2010, Semana 19, domingo, 21:06

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.

Fonte: SIC
Autor: Redacção/Lusa
Data: Anteontem

O administrador da Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE) Carlos Fernandes defendeu hoje, em Coimbra, que "há um conjunto de vantagens" para avançar já com o eixo Lisboa-Porto do projeto.

Contra tudo e contra todos, o governo avança para uma das grandes obras "Há um conjunto de vantagens para fazer já o eixo Lisboa-Porto. Face à situação económica do país será importante e uma oportunidade de desenvolver o projeto num espaço relativamente curto", sustentou.

O administrador da RAVE intervinha na sessão de apresentação dos estudos urbanísticos do plano de urbanização da zona envolvente da nova Estação Central de Coimbra, para as redes de alta velocidade e convencional, cujo programa preliminar será incluído no concurso para a ligação Lisboa-Coimbra.

"Há vantagens de não adiar muito o investimento", salientou Carlos Fernandes na sessão que decorreu hoje no salão nobre da Câmara Municipal de Coimbra.

Disponíveis 1.500 milhões de euros de fundos

O administrador da RAVE vincou que se encontram disponíveis 1.500 milhões de euros de fundos comunitários para o projeto de alta velocidade e projetos complementares e destacou igualmente o seu potencial de participação na indústria nacional, estimado entre os 80 e os 85 por cento, e a previsão de criação de 100 mil empregos durante a fase de construção.

"As condições do mercado permitiram avultadas poupanças nos custos de construção e de manutenção por via da situação dos mercados financeiros e do setor da construção", disse ainda Carlos Fernandes.

"Centralidade"

Reportando-se ao impacto em Coimbra, o administrador da RAVE salientou que o projeto lhe "dá uma nova centralidade", destacando a sua capacidade de atração de novas empresas, "a enorme oportunidade para a Universidade" em termos de recrutamento de professores e alunos e o potencial para a realização de grandes eventos.

Na sessão, em que foi assinado também o protocolo de colaboração para o projeto de construção da nova estação, foram ainda oradores o presidente da RAVE e da REFER, Luís Filipe Pardal, o presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, e António Laranjo, da RAVE. O arquiteto Joan Busquets apresentou os estudos urbanísticos.


Paulo Almeida